O Governo angolano e o banco JBIC do Japão assinaram ontem, em Yokohama, um Memorando de Intenções para o estabelecimento do quadro que vai definir novos acordos de financiamento para Angola.
Trata-se do documento que vai permitir a abertura das discussões e negociações bilaterais, visando financiar projectos no valor de 400 milhões de dólares. O Japão, através das suas instituições, está a financiar, em Angola, a recuperação do Porto do Namibe, o projecto de cabo de fibra óptica, projectos ligados à indústria têxtil e programas de desminagem.
Segundo o ministro das Finanças, Archer Mangueira, que integra a delegação do Presidente João Lourenço na TICAD7, a reunião com o banco japonês serviu, também, para discutir os projectos por financiar no domínio das Águas, Energia, Construção e reabilitação de estradas.
O encontro, que aconteceu à margem da sétima Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD7), serviu para fazer o ponto de situação dos projectos em curso.
Archer Mangueira lembrou que Angola teve um financiamento de mil milhões de dólares para a indústria têxtil, além de, em Março deste ano, ter assinado os acordos individuais de financiamento para o projecto integrado do Namibe, avaliado em 600 milhões de dólares.Disse ser pretensão do Governo lançar a primeira pedra para o início das obras, ainda, no último trimestre deste ano.
Baía do Namibe
Na ocasião, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, afirmou que o projecto da Baía do Namibe é o principal projecto que Angola tem com o Japão e vai potenciar infra-estruturas portuárias e ferroviárias, sobretudo, o Caminho-de-Ferro de Moçamedes.
Paralelamente ao encontro, a delegação angolana e os gestores do banco japonês abordaram a possibilidade de, numa lógica de parceria público-privada, fazer a extensão do Caminho-de-Ferro de Angola para a Namíbia e Zâmbia.
A parceria visa potenciar o fluxo de mercadorias e cargas, principalmente a mineira, para que transitem do interior para os portos e possam servir a região sul e os países fronteiriços.
“Sabemos que das três linhas férreas, uma já liga o interlander africano, pelo Corredor do Lobito, ligando Angola a RDC via Luau e já temos o estudo de previsibilidade para ligações desta infra-estrutura a Zâmbia, a partir de Luacano, até a fronteira do Gimbe”, informou Ricardo de Abreu, que também integra a delegação que se encontra em Yokohama.
Fonte: Jornal de Angola, 29 de Agosto de 2019